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Dia Mundial do Acesso ao Ensino Superior 2025

O ensino superior importa, e de maneira — sobretudo em tempos de crise

Quando estalam as guerras ou as catástrofes se fazem sentir, as primeiras imagens que nos vêm à mente são as de casas destruídas, famílias em fuga e escolas em ruínas. No meio desse caos, há uma dimensão essencial da recuperação que, muitas vezes, passa despercebida: o acesso ao ensino superior.

Para milhões de jovens que vivem em contextos de conflito, perseguição ou exílio, o acesso ao ensino superior é mais do que um privilégio — é uma linha de vida. Representa esperança, continuidade e a possibilidade de reconstruir vidas e comunidades com dignidade.

Hoje, ao assinalarmos o Dia Mundial do Acesso ao Ensino Superior, lembramos que o direito à educação não pode ser adiado até que regresse a paz. Tem de ser protegido e ampliado — mesmo nos contextos mais frágeis.
Na linha da frente invisível da oportunidade

Em todo o mundo, os jovens refugiados e deslocados enfrentam obstáculos quase intransponíveis: percursos escolares interrompidos, documentos perdidos, barreiras linguísticas e falta de recursos. Apenas 7% dos refugiados têm hoje acesso ao ensino superior, em comparação com uma média global de 40%. A meta definida pelo ACNUR — 15% até 2030 — é ao mesmo tempo ambiciosa e urgente.

Este fosso não diz apenas respeito a diplomas; diz respeito a justiça, inclusão e reconstrução social. Cada estudante que consegue continuar a estudar, apesar da guerra, torna-se uma ponte entre a sobrevivência e a recuperação, entre o desespero e a inovação.

Portugal na vanguarda da solidariedade

Graças à ação visionária do Presidente Jorge Sampaio, Portugal tem sido pioneiro no acolhimento de estudantes provenientes de países afetados por crises humanitárias — da Síria e da Ucrânia à Venezuela e ao Afeganistão.

Este compromisso é o reflexo da solidariedade da nossa comunidade académica, que tem aberto as suas portas e corações a jovens cujos sonhos educativos quase se extinguiram.

Na Nexus 3.0, orgulhamo-nos de contribuir para este esforço através de programas que criam vias académicas para estudantes afetados pela guerra e pela mobilidade forçada.

As nossas iniciativas — desde as bolsas para estudantes ucranianos e afegãs até à criação do HELP Fund e do Healing Hub — assentam numa convicção simples: a educação não é um luxo, é um direito humano e o instrumento mais poderoso de construção da paz.

Educar é resistir

Em países como o Afeganistão, onde as mulheres e raparigas foram afastadas das salas de aula, estudar tornou-se um ato de coragem e resistência.

Cada estudante afegã que entra na universidade não está apenas a prosseguir estudos — está a defender o princípio da igualdade e da liberdade.

Nesses contextos, o ensino superior é mais do que um sistema de aulas e exames; é um espaço de resistência, liberdade e futuro.

Uma responsabilidade partilhada

Garantir o acesso ao ensino superior em contextos de crise exige o envolvimento de todos — governos, universidades, fundações, empresas e cidadãos.

Exige imaginação: novas vias de acesso, bolsas solidárias, pontes digitais e mecanismos coletivos de financiamento, como o nosso HELP Fund, que convida cada estudante a contribuir com 1 euro por ano para apoiar colegas em situação de vulnerabilidade.

A educação em emergências não é caridade — é solidariedade em ação. É o que constrói as bases da paz, da inovação e da cidadania global.

Neste Dia Mundial do Acesso ao Ensino Superior, reafirmamos uma verdade simples:

Quando abrimos as portas das universidades àqueles cujas vidas foram devastadas pela guerra, abrimos também as portas a um mundo mais humano, inclusivo e pacífico.

Por Nexus 3.0 – Educação, Ciência, Arte e Cultura em Contextos de Fragilidade, Conflito e Violência (powered by AI)
Lisboa, 27 de outubro de 2025